segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

avassalador

Amor avassalador

Vicia

A gente quer, depois,

Que tudo arregace

Que tudo arrebate

Que tudo arrepie.

E aí

Se não vem

Se não é

Sobra suspiro profundo

- gasta-se na hora que não dá,

nas notícias da TV,

no vestido da vitrine

- quanto desperdício.

E aí

Se não vem

Se não é

Fica a gente catando peito

Achando leito

desesperadamente

Onde não tem.

Romantiza por qualquer trocado

Pena que nem o diabo

Sente falta de um pedaço

Enorme de dentro.

Vive à mercê do e se... Ô dó!

Os olhos à caça,

Agonia que não passa,

Luta em vão contra o tempo.

Pra que serve mais todas as roupas?

As garrafas de vinho?

As velas semi-derretidas

ainda a espera

de queimar por dois?

Pra que serve mais os versos criados

E não-ditos

(eram surpresa)...

Tudo em coma,

Tudo em transe,

Numa iminência longínqua

(mal sabem)

de acontecer.

Só nos resta esperar,

As unhas roer,

O desejo acalmar,

rimar, pirar, beber!

Até que então venha

outro amor avassalador,

chegando bem daquele jeito:

Cheio de riso, cheio de encanto,

Fazendo de novo

bagunça no peito.

Um comentário:

  1. , ah! este amor avassalador... bagunça, peito, casa, rotina...
    , feliz ano novo & beijos meus.

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