terça-feira, 20 de setembro de 2016

tenho pra mim que esqueço
de certas coisas
só para poder me lembrar

ter de novo na boca
o gosto do quase-ido

o sal se prendendo à minha pele
nas manhãs de ventania na praia
a semente azeda que achávamos
possível veneno lagoa azul
o peito doendo na carne
no nosso primeiro adeus
o andar do seu apartamento no prédio rosa queimado
cristiano viana número não sei quê seis

tenho pra mim que esqueço
de certas coisas
só pra poder sentir tudo 
outra vez

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

pedestal

tatua no peito
um poema meu
desfila pro mundo
o troféu eu
e hoje
10 da noite
minha cama segue deserta

admiração
não é amor