sexta-feira, 12 de julho de 2013

pedido


Que nem pelo caos
Nem pela dureza
Nem pela loucura
nem pela incerteza
Nem pelos nãos,
nem pelos vãos
Nem
pelo problema no banco
- ou as dores, os nadas,
a falta do tanto 
Que nunca pela distância
Pela inconstância
Pela amargura
Percamos
o que nos embalsa:
A bela e inocente
Gratuita doçura.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

5:50 am



Aquela hora da manhã, na beira da praia, 

em que tudo é silêncio, menos o mar.

Hora em que as ondas deslizam calmas 

e fazem carinho na areia ainda dura, ainda acordando para se manter firme em seu papel de chão.

Entre meus olhos e o oceano, não sei, nesse momento, quem inunda mais.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

flores, tarde qualquer








Comprei flores para a casa. Flores distraem pensamentos. Escolho sempre as de cores suaves, para que derramem leveza em mim.

Observo: tão grande é a sua delicadeza. Tão nobre seu talento de existir. Perfumam, colorem, apaziguam. São capazes de preencher, apenas sendo, terrenos baldios no peito.

Fiquei de longe olhando o vaso, a água transparente alimentando o que, mesmo fora do seu corpo, ainda pulsa e enobrece.

E, meio boba, meio vaga, fiquei ali me entretendo, conversando silêncios com a primavera na sala.