sábado, 15 de janeiro de 2011

renovação

Fecho as cortinas

Lentamente

Quase que lamentando o abandonar

Das cores do cair do sol.

É noite.

Hora de renovação.

Repousar o cansado dito

O doído sentido

A poesia filha de mãe somente

E todas as coisas

As quais,

talvez por demais,

Embora tão entreguemente,

abriguei.

Sinto o soprar do vento

seu passeio pelo meu rosto

Alívio para o leve ardor

Desse corte fino

Que é o momento.

Nada lamento:

Sorrio por tudo.

Fui sempre tudo o que pude

Fui sempre tudo

E até além mais.

Fiz-me avesso e sangue

E alma e riso

Carinho e palavra

E toda pureza que um coração

Pode conter.

Fui inteira.

Sensação de f(r)ase pontuada.

Agora é noite

e o céu recebe as estrelas:

hora de renovação.

Um comentário:

  1. Muitas, muitas muitas estrelas, pontilhando e brilhando teus olhos, bonita, com toda a força desse teu extraordinário coração. Eu vibro, aqui da platéia, e mando estrelas, muitas estrelas.

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