Comprei flores para a casa. Flores distraem
pensamentos. Escolho sempre as de cores suaves, para que derramem leveza em
mim.
Observo: tão grande é a sua delicadeza. Tão
nobre seu talento de existir. Perfumam, colorem, apaziguam. São capazes de
preencher, apenas sendo, terrenos baldios no peito.
Fiquei de longe olhando o vaso, a água
transparente alimentando o que, mesmo fora do seu corpo, ainda pulsa e
enobrece.
E, meio boba, meio vaga, fiquei ali me
entretendo, conversando silêncios com a primavera na sala.
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