o amor às vezes acorda no meio da noite
e sela com um beijo
a certeza de que estou dormindo bem.
domingo, 19 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
da gaveta
Os lábios dele
Em precisos movimentos
Atentos
Prontíssimos para atacar
Dali escorregam palavras
Ali é que fervem os desejos
Ainda que beire uma mágoa
O que impera
é a vontade de beijoquarta-feira, 20 de outubro de 2010
destino das coisas
Dirijo pelas ruas assistindo a chuva a derrubar os medos do mundo. Há tudo de melancolia no ato de chover: ao mesmo tempo em que a chuva lava, leva.
Uma cena corriqueira sempre me desperta sentidos em tempos assim: na beirada de um e outro paralelepípedo, durante o percurso, vejo guarda-chuvas destruídos, abandonados. agonizando a ira do vento. Sugerem tristeza: não tiveram força para suportar sua missão. Têm sua fraqueza exposta em meio ao caos, quase que imperdoavelmente. Que dor lhes é maior agora? Alguma coisa salva o seu erro de existir?
Trago de volta para a pista o olhar. Rio sozinha.
Que necessidade em mim é essa que até ao que não sente quer fazer sentir.
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