Fecho as cortinas
Lentamente
Quase que lamentando o abandonar
Das cores do cair do sol.
É noite.
Hora de renovação.
Repousar o cansado dito
O doído sentido
A poesia filha de mãe somente
E todas as coisas
As quais,
talvez por demais,
Embora tão entreguemente,
abriguei.
Sinto o soprar do vento
seu passeio pelo meu rosto
Alívio para o leve ardor
Desse corte fino
Que é o momento.
Nada lamento:
Sorrio por tudo.
Fui sempre tudo o que pude
Fui sempre tudo
E até além mais.
Fiz-me avesso e sangue
E alma e riso
Carinho e palavra
E toda pureza que um coração
Pode conter.
Fui inteira.
Sensação de f(r)ase pontuada.
Agora é noite
e o céu recebe as estrelas:
hora de renovação.
Muitas, muitas muitas estrelas, pontilhando e brilhando teus olhos, bonita, com toda a força desse teu extraordinário coração. Eu vibro, aqui da platéia, e mando estrelas, muitas estrelas.
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