quinta-feira, 24 de maio de 2012

sem muita rima, com muito gosto

desfilar o meu corpo
em tua camiseta
bebendo certezas
escritas em olhos

que horas virá nosso trem?
que horas serão,
meu bem?
10 minutos
para a quinta taça?

Ah...
brindemos à graça
que é nos termos
em nossos braços
e peitos.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

guerreio

Minha fragilidade é voluntária. Trago dois mundos em mim. Bebo dos dois, brindo aos dois, vivo nos dois - gosto de meus opostos. Trago nas mãos macio, mas também calos invisíveis: de quem luta, de quem não desiste, de quem nunca escolhe o caminho mais fácil. Guerreio com flores. Meus olhos são rio, são mar: oscilam entre o que é doce, terno, tranquilo e o que é revolto, incansável, profundo. Sinto, e sinto muito, mas não confundo mansidão com passividade. Porque sei que o que a vida quer da gente é coragem. É escolha. Peito pronto, peito aberto, peito firme. E mesmo sangrando, mesmo apertado, mesmo com medo, me alisto: eis aqui o meu. 

terça-feira, 15 de maio de 2012

wondering


“O que me tranquiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão.”

Clarice disse. E eu procuro entender.

Corro o dedo no contorno das coisas, olho através do vidro a chuva, os carros, o cinza, o tempo. 

O silêncio tem sua medida neste quarto. A luz, o vento que vem dos corredores, os cantos e as portas também. Mas quase que numa oração, quase que numa doce transgressão, desejo: que o amor não.